terça-feira, 8 de julho de 2008

A Importância da Pregação Reformada

A Importância da Pregação Reformada

Paulo Anglada
A pregação, como uma forma distinta de comunicação da vontade de Deus revelada na Sua Palavra, está em declínio. Em muitas igrejas ela tem sido substituída por um número cada vez maior de atividades.
Há 30 anos atrás, o Dr. Martyn Lloyd-Jones foi convidado a proferir uma série de conferências no Westminster Theological Seminary, na Filadélfia. Nessas palestras, publicadas em 1971, com o título de Pregação & Pregadores, ele enfatizou que a pregação é a tarefa primordial da igreja e do ministro; e explicou que estava ressaltando isso "por causa da tendência, hoje, de depreciar a pregação em prol de várias outras formas de atividade". A situação não melhorou. John J. Timmerman observou, quase 20 anos depois, que "em muitas igrejas, o sermão é uma ilha diminuindo cada vez mais em um mar turbulento de atividades".
Muitas são as razões para o declínio contemporâneo da pregação. O surgimento de novos meios de comunicação e de novas mídias interativas; a aversão do homem pós-moderno pela verdade objetiva ou absoluta; a secularização da sociedade; o afastamento do Cristianismo das Escrituras; e a própria corrupção da pregação, em muitos púlpitos degenerada em eloqüência de palavras, demonstração de sabedoria humana, elucubrações metafísicas, meio de entretenimento, ou embromação pastoral dominical; certamente são algumas delas. Uma das principais, entretanto, diz respeito à concepção moderna da pregação, muitas vezes encarada como atividade meramente humana pouco relevante, e cuja eficácia depende principalmente das habilidades naturais ou capacidade do pregador.
Todas estas tendências, influências e concepções produziram resultados devastadores sobre a pregação nos meios evangélicos. Ela se tornou como que um apêndice do culto público; e as conseqüências, sem dúvida, têm se feito sentir na vida da igreja. Na perspectiva reformada, o declínio do lugar da pregação no evangelicalismo moderno é uma constatação seríssima. Se a teologia reformada com relação à pregação reflete o ensino bíblico, então muito do estado presente da Igreja Cristã se explica como resultado desse declínio da pregação. Meu propósito com este artigo é apresentar, resumidamente, algumas evidências históricas relacionadas à importância da pregação na fé reformada.
Em virtude da elevada concepção da pregação como vox Dei, a fé reformada atribui à proclamação pública da Palavra de Deus a maior importância. Na tradição reformada a pregação é considerada como principal meio de graça, como a tarefa primordial da igreja e do ministro da Palavra, é tida como elemento central do culto, como marca genuína da verdadeira igreja, e o meio por excelência pelo qual é exercido o poder das chaves.
O Principal Meio da Graça
Na teologia reformada a pregação é um meio de graça. Ela e a ministração dos sacramentos são as ordenanças pelas quais o pacto da graça é administrado na nova dispensação.
De fato, na concepção reformada, a pregação é o meio mais excelente pelo qual a graça de Deus é conferida aos homens, suplantando inclusive os sacramentos. Os sacramentos não são indispensáveis; a pregação é. Os sacramentos não têm sentido sem a pregação da Palavra; sendo-lhe subordinado. Os sacramentos servem apenas para edificar a igreja; a pregação, além disso, é o meio por excelência pelo qual a fé é suscitada; é o poder de Deus para a salvação. Os sacramentos são como que apêndices à pregação do Evangelho. É assim que reformadores e puritanos interpretam as palavras de Paulo, em 1 Coríntios 1.17: "Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o Evangelho." Para Calvino, os sacramentos não têm sentido sem a pregação do Evangelho. Quando a ministração dos sacramentos é dissociada da pregação, eles tendem a ser considerados como práticas mágicas.
A idéia puritana quanto à relevância da pregação não é diferente. Lloyd-Jones observou que "os puritanos asseveravam também que o sermão é mais importante que as ordenanças ou quaisquer cerimônias. Alegavam que ele é um ato de culto semelhante à eucaristia, e mais central no serviço da igreja. As ordenanças, diziam eles, selam a palavra pregada e, portanto, são subordinadas a ela". Comentando Efésios 4.11, Hodge explica o papel do pregador como canal da operação do Espírito como segue:
Assim como no corpo humano há certos canais por meio dos quais a influência vital flui da cabeça para os membros, os quais são necessários à sua comunicação, assim também há certos meios divinamente designados para a distribuição do Espírito Santo de Cristo para os diversos membros do Seu corpo. Que canais de influência divina são esses, pelos quais a igreja é sustentada e impulsionada, são claramente indicados no verso 11, onde o apóstolo diz, "Cristo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos." É, portanto, através do ministério da Palavra que a influência divina flui de Cristo, o cabeça, para todos os membros do seu corpo; de modo que onde o ministério falha, a influência divina falha. Isto não significa que os ministros, na qualidade de homens ou oficiais, sejam de tal modo canais do Espírito para os membros da igreja, que sem a intervenção ministerial deles, ninguém se torne participante do Espírito Santo. Significa, sim, que os ministros, na condição de despenseiros da verdade, são, portanto, os canais da comunicação divina. Pelos dons da revelação e inspiração, Cristo constitui uns apóstolos e outros profetas para a comunicação e registro da sua verdade; e pela vocação interna do Espírito, ele constitui outros evangelistas e outros pastores, com vistas à sua constante proclamação e persuasão. E é somente - no que diz respeito aos adultos - em conexão com a verdade, assim revelada e pregada, que o Espírito Santo é comunicado.
Que graças são comunicadas por meio da pregação? A pregação é o meio pelo qual as pessoas adultas e capazes são externamente chamadas para a salvação. É a causa instrumental da fé e principal meio pelo qual a fé é aumentada e fortalecida, a igreja é edificada, e o Reino de Deus é promovido no mundo. Pela pregação da Palavra a igreja é ensinada, convencida, reprovada, exortada e confortada.
A Tarefa Primordial da Igreja e do Pregador
Na concepção reformada, a pregação é a tarefa primordial da igreja e do ministro da Palavra. Em suas mensagens e escritos, os reformadores condenam insistente e duramente o clero romano por negligenciar a pregação. Incapacitados para a tarefa, os sacerdotes católicos delegavam a função a outros, e dedicavam-se a atividades secundárias, ou mesmo à ociosidade e à luxúria. A superficialidade e leviandade com que as pessoas participavam da missa era, para Lutero, culpa dos bispos e sacerdotes, que não pregavam nem ensinavam as pessoas a ouvir a pregação. Ele considera que:
... não há praga mais cruel da ira de Deus do que quando Ele envia fome [escassez] de ouvir sua Palavra, como diz Amós [8.11s], como também não existe maior graça do que quando envia sua Palavra, conforme o Salmo 107: "E enviou a sua Palavra e os sarou, e os livrou da sua perdição." Também Cristo não foi enviado para outra tarefa do que para [pregar] a Palavra; também o apostolado, o episcopado e toda ordem clerical para outra coisa não foram chamados e instituídos do que para o ministério da Palavra.
Para Lutero, "...quem não prega a Palavra, para o que foi chamado pela igreja, não é sacerdote de maneira alguma... quem não é anjo [isto é, mensageiro, nota do tradutor] do Senhor dos Exércitos ou quem é chamado para outra coisa que para o angelato (por dizê-lo assim), certamente não é sacerdote... Por isso também são chamados de pastores, porque devem apascentar, isto é, ensinar... O múnus do sacerdote é pregar ... O ministério da Palavra faz o sacerdote e o bispo."
Calvino também condena repetidas vezes os sacerdotes e bispos por não pregarem o Evangelho. Comentando Atos 1.21-22, quando Barsabás e Matias são indicados para preencher a vaga de Judas no apostolado, como testemunha da ressurreição de Cristo, Calvino conclui com isso que o ensino e a pregação são funções essenciais do ministério.
A Forma de Governo Eclesiástico Presbiteriano relaciona, entre as atribuições do ministro da Palavra, juntamente com a oração e a administração dos sacramentos, "alimentar o rebanho, pela pregação da Palavra, de acordo com a qual deve ensinar, convencer, reprovar, exortar e confortar".
Esses documentos presbiterianos simplesmente refletem a concepção puritana. William Bradshaw, autor de uma das obras mais antigas sobre os puritanos, comenta que, para eles, "o mais elevado e supremo ofício e autoridade do pastor é pregar o Evangelho, solene e publicamente à pregação". Packer cita Owen para demonstrar que a pregação era, para os puritanos, "o principal dever de um pastor ... De acordo com o exemplo dos apóstolos, eles devem livrar-se de todo impedimento, a fim de que possam dedicar-se totalmente à Palavra e à oração". Jonathan Edwards considerava a pregação do Evangelho o principal dever do ministro. Em uma carta, ele comentou:
Devemos ser fiéis em cada parte das nossas obras ministeriais, e nos empenhar para magnificar nosso ofício. De maneira particular, devemos atentar para a nossa pregação, a fim de que ela seja não apenas sã, mas instrutiva, temperada, espiritual, muito estimulante e perscrutadora; bem pertinente à época e tempos em que vivemos; labutando diligentemente para isso.
Entre as passagens bíblicas que fundamentam essa característica da pregação reformada, as seguintes podem ser mencionadas: Lucas 12.14 e João 6.14-15, com relação a Jesus; Atos 6.1-7e 1 Coríntios 1.17, com relação aos apóstolos; 1 Timóteo 5.15, com relação aos evangelistas, precursores do ministério permanente da Palavra; e Romanos 10.13-17 e 2 Timóteo 4.1-4, com relação aos ministro permanentes da Palavra.
O Elemento Central no Culto
No culto medieval, a pregação era considerada, no máximo, como elemento preparatório para a ministração e recepção dos sacramentos. Na concepção reformado-puritana, a "leitura das Escrituras, com santo temor; a sã pregação da Palavra e a consciente atenção a ela, em obediência a Deus, com entendimento, fé e reverência..." são os principais elementos do culto a Deus na dispensação da graça. A Reforma restaurou a pregação à sua posição bíblica, conferindo a ela a centralidade no culto público.
Na antiga dispensação, o elemento central do culto era o sacrifício, uma pregação simbólica, apontando para o sacrifício de Cristo. Na nova dispensação, havendo Cristo oferecido a si mesmo como o Cordeiro Pascal que tira o pecado do mundo, não há mais lugar para sacrifícios. A pregação da Palavra é legítima substituta do sacrifício tal como atividade central do culto na dispensação da graça. O que o sacrifício proclamava de forma simbólica e pictórica na antiga dispensação, deve ser agora anunciado na forma oral, pela leitura pregação da Palavra.
Com o propósito de restaurar a igreja em Genebra ao modelo bíblico, Calvino e outros redigiram as Ordenanças Eclesiásticas, um manual de governo eclesiástico e de culto. De acordo com as Ordenanças, a pregação da Palavra deveria ser o elemento essencial do culto público e a tarefa essencial e central do ministério pessoal. No seu prefácio aos sermões de Calvino sobre o Salmo 119, Boice observa: "Quando a Reforma Protestante aconteceu no século XVI e as verdades da Bíblia, que por longo tempo haviam sido obscurecidas pelas tradições da igreja medieval novamente tornaram-se conhecidas, houve uma imediata elevação das Escrituras nos cultos protestantes. João Calvino, em particular, pôs isso em prática de modo pleno, ordenando que os altares (há muito o centro da missa latina) fossem removidos das igrejas e que o púlpito com uma Bíblia aberta fosse colocado no centro do prédio."
Lutero também "...considerava a pregação como a parte central do culto público e colocava a pregação da Palavra até mesmo acima da sua leitura." Timothy George descreve assim a contribuição de Lutero para a pregação:
Lutero recuperou a doutrina paulina da proclamação: a fé vem pelo ouvir, o ouvir pela Palavra de Deus (Rm 10.17). Lutero não inventou a pregação mas a elevou a um novo status dentro do culto cristão... O sermão era a melhor e mais necessária parte da missa. Lutero investiu-o de uma qualidade quase sacramental, tornando-o núcleo da liturgia... O culto protestante centrava-se ao redor do púlpito e da Bíblia aberta, com o pregador encarando a congregação, e não em volta de um altar com um sacerdote realizando um ritual semi-secreto. O ofício da pregação era tão importante que até mesmo os membros banidos da igreja não deviam ser excluídos de seus benefícios.
Quanto aos puritanos, eles "anelavam ver a pregação da palavra de Deus tornar-se central no culto." O culto puritano culminava no sermão. Ryken observa que os "puritanos fizeram da leitura e exposição das Escrituras o evento principal do culto". A prática da "profetização" (prophesying), um tipo de escola de profetas em que ministros pregavam um após outro, com vistas aos treinamento de pregadores menos experientes, contribuiu mais do que qualquer outro meio para promover e estabelecer a nova religião da Inglaterra" na época.
A Marca Essencial da Igreja Verdadeira
Porquanto na pregação Cristo fala e se faz presente, governando e ensinando a igreja, a fé reformada é unânime em considerar que a pregação da Palavra é uma das marcas da igreja verdadeira. Diversos símbolos de fé reformados, entre os quais estão a Confissão Belga (artigo 29), a Confissão Escocesa de 1560 (artigo 18), a Confissão da Igreja Inglesa em Genebra de 1556 (artigos 26-28), Confissão de Fé Francesa de 1559, e a Segunda Confissão Helvética de 1566 (capítulo 17), professam que a "pregação pura do Evangelho", a "verdadeira pregação da Palavra de Deus", é uma das marcas pelas quais a verdadeira igreja de Cristo pode ser reconhecida neste mundo. Lutero escreveu que "unicamente Cristo é o cabeça da cristandade. Ele age através do Evangelho pregado, do Batismo e da Ceia do Senhor, os quais, portanto, são também os sinais pelos quais a verdadeira igreja se identifica." Para Calvino, Satanás tenta destruir a igreja fazendo desaparecer a pregação pura. Conseqüentemente, "... os sinais pelos quais a igreja é reconhecida são a pregação da Palavra e a observância dos sacramentos, pois estes, onde quer que existam, produzem fruto e prosperam pela bênção de Deus. Eu não estou dizendo que onde quer que a Palavra seja pregada os frutos imediatamente apareçam; mas que onde quer que a Palavra seja recebida e habite por algum tempo, ela sempre manifesta a sua eficácia. Mas isto, quando a pregação do Evangelho é ouvida com reverência, e os sacramentos não são negligenciados..."
De fato, entre as três marcas da verdadeira igreja, geralmente conhecidas - pregação, ministração dos sacramentos e ministração da disciplina - a pregação é considerada a mais importante. Primeiro, porque inclui as duas outras: como vimos, na concepção reformada, os sacramentos não podem ser dissociados da Palavra, nem o exercício da disciplina. Segundo, porque é através da pregação verdadeira da Palavra que os eleitos são congregados e edificados. Berkhof, por exemplo, afirma que, "estritamente falando, pode-se dizer que a pregação verdadeira da Palavra e seu reconhecimento como o modelo da doutrina e da vida é a única marca da igreja. Sem ela não já igreja, e ela determina e reta administração dos sacramentos e o exercício fiel da disciplina eclesiástica.
Hermam Hoeksema, outro teólogo reformado, escreveu: "...podemos dizer que a única marca importante distintiva da igreja verdadeira é a pura pregação da Palavra de Deus. Onde a Palavra de Deus é pregada e ouvida, aí está a igreja de Deus. Onde esta Palavra não é pregada, aí a igreja não está presente. E onde esta Palavra é adulterada, a igreja deve arrepender-se ou morrerá".
O Meio Pelo Qual é Exercido o Poder das Chaves
Na fé reformada, o poder das chaves, mencionado em Mateus 16.19 e 18.18, é ordinariamente conferido aos ministros, sendo exercido pela pregação. A pregação liga e desliga pessoas do reino de Deus, abrindo e fechando as portas do céu.
Calvino, por exemplo, ensina que o poder das chaves está unido à Palavra e é exercido pela pregação do Evangelho. Conforme escreveu, "...o privilégio de ligar e desligar que Cristo conferiu a sua igreja está ligado à Palavra. Isso é especialmente verdade com relação ao ministério das chaves, cujo poder consiste nisso: que a graça do Evangelho é publica e privadamente selada na mente dos crentes por meio daqueles que Deus comissionou; e o único método pelo qual isso pode ser feito é pela pregação." O perdão dos pecados "nos é dispensado pelos ministros e pastores da igreja, seja na pregação do Evangelho ou na administração dos sacramentos, e nisto é especialmente manifestado o poder das chaves." Para ele, "...o poder das chaves é simplesmente a pregação do Evangelho naqueles lugares, e no que diz respeito ao homem, não é tanto poder como ministério. Propriamente falando, Cristo não dá seu poder a homens mas à Sua Palavra, da qual ele fez de homens, ministros".
A Confissão de Fé de Westminster reflete a interpretação dos reformadores, ao afirmar que "pelo ministério do Evangelho o Reino de Deus é aberto aos pecadores penitentes." Esta interpretação é, de modo geral, aceita pelos teólogos reformadores modernos.
Conclusão
Em muitos círculos evangélicos contemporâneos, o surgimento de novos meios de comunicação, a aversão do homem moderno por verdades objetivas, a secularização da sociedade, o afastamento do Cristianismo das Escrituras, o próprio declínio da pregação, e, especialmente, a concepção moderna da pregação como atividade meramente humana, têm resultado em evidente depreciação da pregação. Outras atividades têm tomado o seu lugar no culto, e a pregação tem sido relegada a um plano secundário no culto e na vida da igreja.
A tradição reformada, entretanto, atribui grande importância à pregação. Na teologia reformada, a pregação é imprescindível. É o principal meio da graça, a tarefa primordial da igreja e do ministro, o principal elemento de culto na dispensação da graça, constitui-se marca essencial da verdadeira igreja, e o meio pelo qual o reino de Deus é aberto ou fechado aos pecadores. A redescoberta da importância da pregação por parte das igrejas herdeiras da Reforma no Brasil, por certo promoveria, como nenhum outro instrumento, o reino e a glória de Deus em nosso país. Que assim seja.

O autor é ministro da Igreja Presbiteriana Central do Pará, professor de Grego e Hermenêutica no Seminário Teológico Batista Equatorial, e presidente da Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém. É mestre em Teologia pela Potchefstroom University for Christian Higher Education e doutorando em Ministério no Westminster Theological Seminary in California. Este artigo é parte de um dos capítulos da dissertação de Deoutorado em Ministério, que está sendo elaborada pelo autor, com o tema: "Hermenêutica e Pregação; Manual de Hermenêutica Reformada Para Pregadores", no Westminster Theological Seminary in California

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